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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

NOVA ROMA

Desde os primeiros anos de vida somos teleguiados. O sistema impõe os valores éticos à sociedade. Sociedade que o sistema criou e fortaleceu com a globalização.

Vivemos a nova Roma. Não a Roma de bravos guerreiros, como diz o hino do estado de Pernambuco, onde a história retrata verdadeiros guerreiros, como o nordestino retirante;  os revolucionários de 1817. Mas não estamos aqui para falar de Pernambuco. Estamos aqui para falar a nível de Brasil. A nova Roma, onde os bravos guerreiros, segundo um repórter da Rede Globo, são os participantes do BBB, programa de reality show, no qual a banalização sexual é o carro-chefe. Heterossexuais, homossexuais, transexuais, bissexuais, todos na mesma casa, externando a vaidade e o sexo. Fofocas, intrigas, falsidades... O definhamento da cultura. Nova Roma. Votamos e doamos, em média, (?) milhões de reais a cada “paredão” que, salvo engano, acontece semanalmente. Imaginem esse dinheiro revertido para a educação, saúde e saneamento...
Sei que são obrigações do Estado, mas cabe uma reflexão.

Brasil: País tropical de povo hospitaleiro. País do futebol e do carnaval. Do bolsa família. Nova Roma. 

Ditadura militar instaurada no país de 1964 a 1985 e a TV promovendo ídolos como Zico; destacando a seleção brasileira de futebol de 1970; alienando a população, omitindo a crise econômica e a real situação do povo brasileiro, do verdadeiro povo brasileiro. Mortes e desaparecimento “inexplicáveis”. O império capitalista financiando o estado de coma da nossa sociedade.

A ditadura acabou há 26 anos, mas o coma permaneceu. O conservadorismo militar, unido a TV, criou mocinhos e bandidos, apontou o certo e o errado, e nós aceitamos tudo que nos foi (e ainda nos é) imposto, seja por medo da não aceitação social, seja por acreditar nas verdades absolutas impostas pelo sistema. Onde foi parar a capacidade de discernir o que realmente é importante? Pense um pouco a respeito.
Outra arma do sistema é o futebol. Uma arte espetacular, fascinante. Estádio cheio. Clássico. Diversão. Alegria. Risos. Lágrimas. União dos povos.  Bem que poderia parar por aí. Mas a verdade é que o sistema não cria rivais, cria inimigos, e depois pedem paz nos estádios.  Cansamos de assistir nos noticiários cenas de brigas e mortes entre torcidas rivais. Quem no mundo torce por um clube de futebol e não tem um grande amigo ou familiar que torce pelo rival? Recentemente foi visto mais um ato de brutalidade da torcida organizada do Corinthians. Raiva, ódio e sentimento de orgulho ferido despejado numa organização que deveria promover apenas a diversão. Atacaram o ônibus do clube com qualquer artefato que, nas mãos de alienados, como eles se dizem, “um bando de loucos’’ viraram armas. Cadê essa raiva, esse ódio e toda essa “revolução” quando foi anunciado o aumento de quase 70% do salário dos deputados?

Nossa! Quase esqueço... Não gostamos de política. Política não se discute. O que se discute é o próximo “paredão” do BBB, a novela das oito, a final do campeonato de futebol... Nova Roma.

Restam-me dois questionamentos: A Nova Roma também cairá? Depende de quem?


 Ass: Cheech