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quinta-feira, 23 de junho de 2011

A gente vale o que tem

Dinheiro, Status e poder. Três palavrinhas mágicas que abrem portas, sim. Tudo fica mais fácil. E o termo “a gente vale o que tem”, se encaixa perfeitamente aos seres humanos que se sentem excluídos, desprezados (de certa forma são). É uma forma de diminuir o descontentamento por não ter conquistado algo que se obtém com as três palavrinhas mágicas. E é apenas nesse contexto que eu vejo o jargão analisado ser usado, já que, ou você conquista os valores divulgados e implantados na sua cabeça pela mídia desde pequeno, ou será um fracassado a reclamar da vida com termos como o mencionado anteriormente. Por outro lado, o ser humano esquece que o TER, nos reais valores da vida, é abstrato. Amor, amizade, fraternidade, Informação, conhecimento... Estes são alguns dos reais valores da vida que pouco se explora ou divulga, pois não geram lucro. Você tem mesmo é que comprar, consumir, caso contrário você é descartado.

Se a gente vale o que tem, então por que não ter e valorizar o conhecimento? Dinheiro pode acabar, mas o conhecimento vai com você eternamente e ninguém o tira. Já dizia Marcelo D2 “Se o pobre começa a pensar parece que incomoda alguém”. Sim, e como incomoda. Se a gente tivesse conhecimento total de como somos controlados pra manter o estado da sociedade como está, a rebelião estaria formada. Não aceitaríamos e iríamos buscar nossa felicidade com outras ferramentas diferentes das do desejo de consumo.  

Portanto  vamos nos munir de informação, conhecimento, amor e fraternidade. Tendo isso, a gente vale e muito.

Ass: Cheech

terça-feira, 21 de junho de 2011

Música pra te informar



Acredito que, dependendo da forma que se escuta, ela auxilia na formação do caráter e da personalidade.

Música: Informação, diversão e arte.

Minha experiência:

Alguns a tratam como diversão, outros como fonte de inspiração pra vida. Falando por mim, levo a música como parte importante na formação do meu caráter. Cresci ouvindo todo tipo de música e em diversas fases de minha vida, sempre pensando como se criava e o que o artista tava querendo dizer ou transmitir. Parece brincadeira, mas aos cinco anos de idade (sim, eu me lembro), eu ficava mudando a estação da velha e boa radiola, procurando a música “Era um garoto que como eu” regravada pelos engenheiros do Hawaii. Isso foi suficiente para que eu ganhasse no natal de 1990, o disco da banda: “O Papa é Pop” que continha minha música preferida. Já estava ali moldando minha paixão por um ritmo diferente do que se acostumava ouvir em minha casa. Minha irmã, no mesmo dia, ganhou o disco de Beto Barbosa, com o sucesso: “Dançando lambada aê”. A briga era pra dividir à hora de cada um ouvir seu disco. Pouco tempo depois eu ganhei outro disco, dessa vez foi um tio que me presenteou com o álbum: “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs. Esse disco foi um marco na minha “doce” infância, já que as idéias ensinadas em um lar cristão se misturavam com sucessos como: Homem Primata, Polícia, Bichos Escrotos, Igreja... seria como ter um anjo de um lado te dizendo o caminho, te induzindo a ética social, e do outro lado um som de revolta, mandando você “chutar o balde”. Poxa, é sério, eu só tinha seis anos e entendia nada, e o problema é que eu tentava entender. Ainda dizia em casa: Mãe, o cara da música ta dizendo que eu não vou pro céu, e que Deus é contra todo mundo.  “É só uma música” - dizia minha mãe. Ela nunca se importou com as músicas que eu gostava de ouvir, ainda bem. Mas eu não virei uma criança rebelde. Eu tive uma infância boa e normal. Divertia-me. Voltando à música, eu passei minha infância toda vidrado nesses dois discos. Em 1996, seis anos depois, eu já com 12 anos, no dia do meu aniversário ganhei meu primeiro CD. Estávamos chegando na era digital e o vinil foi ficando de lado. E meu primeiro CD foi dos  Engenheiros do Hawaii, mais uma vez a banda gaúcha sendo pioneira. Dessa vez era um acervo com os grandes sucessos. O segundo CD não foi meu de direito, mas foi de fato. Minha irmã ganhou o CD, mas ela nem gostava e eu tomei conta. O segundo CD foi da banda... Sim, Titãs. Era o acústico MTV. Em 1997, eu me aprofundei na arte de Chico Science. Chico teve uma morte precoce e trágica em fevereiro do mesmo ano. Eu já ouvia algumas músicas, “A praiera” e “A Cidade” tocavam sempre nas rádios, mas depois de sua morte eu pude conhecer mais de perto a arte de Chico e, claro, me encantei. Lembro-me que assistia quase todo dia o especial que fizeram em homenagem a ele. Sou fã até hoje. Em outubro do mesmo ano, foi a vez de Renato Russo nos deixar. Quem não passou horas e horas ouvindo e escrevendo, na tentativa de aprender a cantar, a música Faroeste Caboclo?
A década de 90 surgiu muita coisa boa. Em Novembro de 1997 foram presos os integrantes da Banda Planet Hemp, acusados de apologia ao uso de drogas (maconha pra ser mais específico). Até então o grupo era desconhecido para a grande maioria. Eu mesmo tinha apenas ouvido falar e sabia que eles falavam de maconha, a ervinha do “mal”. Mas a prisão mexeu com o país, e comigo não foi diferente. Pouco tempo depois eu cheguei em casa com a fita K7 do disco “os cães ladram, mas a caravana não para”,ouvia baixinho e escondido, afinal, praticamente todas as músicas falavam da “Joana”,e e em casa, a “Joana” era o capeta. Mas pensei: Que nada, é só música. Ninguém em casa questionou e eu pude ouvir em alto e bom som. Daí eu ouvia muito, mas muito mesmo, e mais uma vez vem a mistura de informações a cerca de algo. De um lado a sociedade, que dizia que a pobre “Jô” era o capeta e você ia morrer, do outro lado eu ouvia uma banda que não falava apenas de maconha, e mesmo quando falava, falava com muita propriedade sobre o assunto. Passei a sentir o lado político da música. Até então eu só conhecia música mais poética como engenheiros, legião... Ou músicas com sentimentos de revolta, como algumas do Titãs. O Planet foi a primeira banda que, de fato, eu me interessei pelo projeto político da música. Ainda na década de 90 eu gostava muito de bandas como “O Rappa” e “ Charlie Brown Jr”. Mas teve uma outra banda que marcou minha vida. Essa vou resumir com uma pergunta: Existe adolescente deprimido quando ta se escutando Raimundos?
Em 1998, na escola, eu ouvi a banda que regeu boa parte da minha adolescência... ” Nirvana”. Escutei a fita K7 do acústico MTV, e pouco tempo depois eu tinha todos os discos. Comprava camisas, revistas... Qualquer coisa que falasse da banda ou de seu líder, Kurt Cobain, eu comprava.
Em 1999, eu ganhei meu tão sonhado violão. Juntei-me com outro amigo que, assim como eu, não sabia montar um simples acorde. Compramos revistinhas de cifras e com a ajuda de outros amigos que sabiam tocar, fomos aprendendo.  Não me tornei um bom músico, aliás, não me tornei nem um músico (amador serve?), mas me sinto bem quando pego qualquer um de meus instrumentos e toco uma música.
A música é minha vida, é impossível descrever uma vida, mesmo que essa vida ainda esteja em uma idade ainda jovem, em algumas linhas de um texto. Isso foi só um resumo. É a tentativa de homenagear a música e seus grandes artistas que tanto me ajudam na empreitada da vida.

Um salve a todos os arquitetos da música.

Ass: Cheech