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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Chico Science: 15 anos de saudade.



13 de março de 1966 nascia em Olinda Francisco de Assis, que ficou conhecido através de sua música como Chico Science. Chico morreu no auge da carreira, no dia 02 de fevereiro de 1997, mas sua música ainda vive, ultrapassou a barreira do tempo e mudou a história de uma cidade (Recife), de um Estado (PE) e até mesmo de um país (BR).

Viveu sua infância e adolescência em Rio Doce, bairro de Olinda, e parte desse período dentro dos manguezais, não para seu sustento, mas para sua diversão. Não era rico, mas nunca passou fome. Pegava caranguejo junto aos amigos e ia vender, assim conseguia um “troco” para se divertir nos bailes ao som James Brown, Grandmaster Flash, entre outros da música soul americana.

Seu primeiro passo em direção à música foi em grupos dança (Hip-Hop), no ano de 1984. Em 1987 formou seu primeiro grupo musical, Loustal, que misturava Soul Music, Hip-Hop e Rock Psicodélico.

Era empregado da Emplal, empresa de informática, e lá conheceu Gilmar, conhecido como bola 8. Gilmar comentava que a vida de Chico era o batuque, vivia batucando. Gilmar então o convidou para conhecer o trabalho do grupo Lamento Negro que misturava samba, maracatu e reggae. A partir de então surgiu a genialidade de Chico, que decidiu misturar suas influências norte americanas com os ritmos locais, como maracatu, côco, ciranda, embolada, e energizou a cultura local.

O Recife era considerada a quarta pior cidade do mundo para se viver. Então o grupo de amigos e músicos do ciclo qual Chico fazia parte, decidiram uma coisa: Mudar de cidade ou mudar a cidade? Optaram pela segunda opção e criaram o movimento mangue beat (batida), ou bit (informática), escreveram o manifesto caranguejos com cérebro onde tinha as diretrizes do movimento. O símbolo? Uma antena parabólica fincada na lama do mangue. Surgiram grupos como Devotos, Mundo Livre S/A, Eddie, Chico Science e Nação Zumbi (O principal e mais importante), e, de fato, mudaram a cidade. Em 1994 foi lançado um dos discos mais importantes da história, Da Lama ao Caos, que no mesmo ano ficou entre os dez mais vendidos dos EUA. O disco deu vida ao movimento, e os olhos do Brasil e do mundo se voltaram para a cidade do Recife. Em 1996 lançou o disco Afrociberdelia. E nas vésperas do carnaval de 1997 Chico nos deixava.

Lembro como hoje eu assistindo um jogo de futebol sub-20, entre Brasil e Argentina, narração de Luciano do Valle, que interrompeu o jogo para noticiar a morte de Chico que acabara de chocar seu Fiat Uno em um poste. Acidente fatal.  Foi enterrado no cemitério de Santo Amaro.

Chico Science e Nação Zumbi escreveu seu nome na história da música. Hoje a Nação Zumbi escreve uma nova história, dando continuidade ao trabalho que Chico começou. O Recife não é mais a quarta pior cidade do mundo. Nosso cenário artístico é um dos mais respeitados do país. Obrigado, Chico Science


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